Songwriter: Péricles Cavalcanti Caetano Veloso Bob Dylan

Producer: Marcus Preto Jorge Drexler Felipe Ventura

Vá, se mande, junte tudo que você puder levar
Ande, tudo que parece seu é bom que agarre já
Seu filho feio e louco ficou só
Chorando feito fogo à luz do sol
Os alquimistas já estão no corredor
E não tem mais nada, negro amor
A estrada pra você e o jogo e a indecência
Junte tudo que você conseguiu por coincidência
E o pintor de rua que anda só
Desenha a maluquice em seu lençol
Sob seus pés o céu também rachou
E não tem mais nada, negro amor
Seus marinheiros mareados abandonam o mar
Sеus guerreiros desarmados não vão mais lutar
Sеu namorado já vai dando o fora
Levando os cobertores, e agora?
Até o tapete sem você voou
E não tem mais nada, negro amor
As pedras do caminho, deixe para trás
Esqueça os mortos que eles não levantam mais
O vagabundo esmola pela rua
Vestindo a mesma roupa que foi sua
Risque outro fósforo, outra vida, outra luz, outra cor
E não tem mais nada, negro amor

Gal Costa

Maria das Graças Penna Burgos (1945), conhecida como Gal Costa, nasceu em Salvador, Bahia, no dia 26 de setembro de 1945. Filha de Arnaldo Burgos e Mariah Costa Penna ficou órfã de pai com 14 anos de idade. Trabalhou como balconista de uma loja de discos em Salvador. Em 1963 conheceu Caetano Veloso, apresentada por Dedé Gadelha, sua vizinha e amiga e futura esposa do cantor.

Em 1964 participou do show “Nós, Por Exemplo”, ao lado de Caetano, Gilberto Gil, Bethânia e Tom Zé, na inauguração do Teatro Vila Velha, em Salvador. Em 1965, muda-se para o Rio de Janeiro e lança seu primeiro disco, gravado ao lado de Caetano Veloso, um compacto com as músicas “Sim, Foi Você”, de Caetano e “Eu Vim da Bahia” de Gilberto Gil. Em 1966 participou do I Festival Internacional da Canção com a música “Minha Senhora” de Gilberto Gil e Torquato Neto.

Em sua fase “tropicalista”, que absorveu influências do canto rasgado de Janis Joplin e da “psicodelia” de Jimi Hendrix, lançou seu primeiro disco solo “Gal Costa” (1969), com as músicas “Baby”, “Divino Maravilhoso”, “Que Pena” e “Não Identificado”, que alcançaram grande sucesso. Em 1971 lançou “ Gal a Todo Vapor”, gravado ao vivo, que serviu para carregar a bandeira do Tropicalismo, enquanto seus dois principais compositores, Caetano e Gil, estavam no exílio. O disco traz grandes sucessos, entre “Chuva Suor e Cerveja”, “Como 2 e 2” e “Pérola Negra”. Em 1975 grava a música de abertura da novela Gabriela, a canção “Modinha para Gabriela”, de Dorival Caymmi, que faz grande sucesso.