Featuring: Valete

Songwriter: Presto MDG Valete Ace (Mind Da Gap)

[Verso 1: Ace]
O hip hop não 'tá morto sou a prova disso vivo
Eu nem insisto em fazer disto o próprio ar que respiro
Comida que ingiro, digiro o resíduo que defeco
Em quem afirma que este é um estilo abjecto
Eu decreto que a ignorância merece um grande dejecto
É o modus vivendi
Estica até ser um profecto
Chama-se movimento
Não para segue sempre abranda um momento
Mas quando arranca é para a frente

[Verso 2: Presto]
Olha, parece que o hip hop já passou de moda, aleluia
Porque é um ciclo que se renova a cultura ultrapassa
Renasce como a fenix, fonix já não é fixe fazer rimas com o comics
Tem piada outra fase engraçada para quem ta sempre firme como pedras na calcada
Podes pisar mas quem te traz sempre a casa dos 4 elementos entra a porta tá aberta

[Refrão: Mind da Gap]
Ninguém nos pode dizer alto ou consegue fazer stop
Tentam desviar-nos da rua para uma avenida pop
Chama-se movimento não para segue sempre
Segue, segue, quando arranca para é frente
Ninguém nos pode dizer auto consegue fazer stop
Tentam desviar-nos da rua para uma avenida pop...

[Verso 3: Ace]
Mas não estamos em desfile em marcha assumida
Contra a farsa mantida por quem nos tapa a saída
Derrubamos editoras publicações e sites
Que nos queriam mais correctos se possível mais híbridos
Menos gordos mais fáceis mais lights
Nós mantemos-nos nos níveis altos de lípidos

[Verso 4: Presto]
Nestes anos tanta gente unida como manos
Irmão pela música dança e pintura ei-los
Com elos fortes entre eles não quebram
E que de outra forma nunca existiriam pensa nisso
Mas esta missão passa pela evolução fica completa no estado assim de estagnação
Tanto para criar sem barreiras tanto para fazer
Basta crer para este espírito não se perder

[Refrão: Mind da Gap]
Ninguém nos pode dizer alto ou consegue fazer stop
Tentam desviar-nos da rua para uma avenida pop
Chama-se movimento não pára segue sempre segue
Segue, quando arranca é para a frente

[Verso 5: Valete]
Eu ouvia quando dizias que o hip hop era só para escumalha
Gentalha africana que só emporcalha não trabalha
Fornalha e insana que só trapalha e não desencalha
Nos bolsos so marijuana mortalhas e navalhas
Agora o teu filho também grama e anda de baggy jeans
A toda a hora declama Valetes e Halloween's
Namora com uma angolana anda nos bairros de má fama
Vive a vida sub-urbana por mais que recrimines
O hip hop ensinou-te só o sangue é que tem cor
O Homem é o seu interior o resto é só vapor
O resto é incolor o resto não tem valor
O resto é resto é ilusão exterior
O hip hop ensinou-lhe a cultura da paz
Da liberdade da verdade tirou-lhe do alcatraz
Mental com tenacidade mostrou o trilho ao rapaz
E hoje o teu filho é um Homem com dois H's nigga!

É irónico man!
Tu cuspias no Hip Hop e agora o teu filho anda de baggy jeans a ouvir um Viriz! Ahahah!!!

[Refrão: Mind da Gap]
Ninguém nos pode dizer alto ou consegue fazer stop
Tentam desviar-nos da rua para uma avenida pop
Chama-se movimento não para segue sempre
Segue, segue, quando arranca é para a frente

Mind da Gap

Mind Da Gap é um grupo de rap do Porto, pioneiro no movimento hip-hop português, formado por Ace, Presto, e pelo produtor e DJ Serial.

Ace e Presto conhecem-se por volta de 1993 e formam “Da Wreckaz” como um duo (onde faziam apenas rap em inglês). Posteriormente, conhecem Serial, tendo-se identificado os 3 como das poucas pessoas que gostavam de hip-hop na altura, formam um trio. Tempos depois, mudam o nome para Mind Da Gap, admitindo a sua sonoridade própria com instrumentais originais de DJ Serial.

Lançaram o seu primeiro EP homónimo em 1995, e o primeiro álbum, Sem Cerimónias, em 1997, gravado nos estúdios da Valentim Carvalho em Lisboa. Desde então, editaram mais cinco álbuns e uma colectânea de êxitos.